sábado, 24 de setembro de 2011

O gosto das manhãs


Há pessoas que precisam de certo tempo, assim que acordam, para recuperar o prazer de se sentirem vivas. Espreguiçam-se na cama com fastio, deixando ao relógio a tarefa de eliminar os resíduos de mau humor que a noite deixou neles. Estão em dissonância até com sua respiração, precisando resgatar mentalmente alguma situação agradável para que o ato de levantarem não se transforme numa tortura. Nunca senti isso. E a clareza aumenta nesses dias de primavera, quando, ao abrir a janela, recebo uma lufada de perfume vindo dos pés de laranjeira e das glicínias. Fui abençoado pelos deuses com um humor fácil, ligeiro, assim que me sinto desperto. Só em raras situações, quando um grave problema ou dor física tomam conta de mim, não me considero disposto a experimentar o gosto pelas manhãs.

Tenho o privilégio de trabalhar em casa nas primeiras horas do dia. Durmo cedo e raramente acordo depois das sete horas. No máximo sete e meia, nos finais de semana. Com isso ganho disposição e tempo para fazer tudo o que quero e preciso. Sou um ser de hábitos, que acredita na rotina como um católico acredita no poder da confissão. Não vejo problema algum em repetir situações que me deixam feliz. Por mim, a vida inteira poderia se passar dentro de um pequeno espaço onde coubesse tudo que amo. Não estou disponível para o distante, o exótico. Gosto dos previsíveis abraços, das previsíveis palavras que recebo de meus amigos, dos previsíveis rostos que alimentam minha afetividade. Restrinjo meu mundo para que ele seja maior, para que eu possa explorá-lo em toda a sua extensão. Talvez um dos males contemporâneos seja o de nos cansarmos fácil demais de tudo. Só nos interessam as novidades. Que já nascem velhas.

Sinto, também, disposição para acolher o melhor, treinando meus olhos para as delicadezas. Faço um exame diário, na tentativa de encontrar as fissuras, os arranhões que me impediram de ficar bem em determinado momento. Não quero passar aqui a imagem de um ser que se alça acima dos demais. Essa percepção é resultado de um grau maior de atenção, apenas isso. De um constante observar-se, exercício que resulta na descoberta de falhas de comportamento que podem ser evitadas. Essa ração diária de lucidez é fruto das meditações que faço, da tentativa de não reagir à violência com violência. Seja ela de ordem física ou psíquica. Sinto-me mal toda vez que entro em conflito com alguém. Tenho horror a qualquer embate onde a agressividade seja a nota que conduz a discussão. Acredito mais em respostas do que em reações.

Assim, agrada-me cada vez mais me saber vivo em todas as horas que se derramam sobre mim. Risco, sempre que possível, a palavra planejamento da minha mente. Que tudo se faça ao correr das circunstâncias. Procuro me livrar do interesse pelas coisas materiais, ganhando assim largos espaços para a leitura, os passeios, o cinema, a busca pelo outro. Viver é rápido e não admite amadorismo. Sei que cometo muitos erros, mas não quero que eles definam minha fisionomia. E lembro sempre da frase que minha terapeuta me disse: “Você prefere ter razão ou ser feliz?” Esforço-me para abdicar da primeira, mesmo que o ego se contorça, raivoso, dentro de mim.

Nem sempre estou imune à inveja, mas não jogo xadrez com ela. Não me interessa desafiá-la. Apenas a encaro de frente, como um inimigo mais fraco do que eu. Já vi pessoas próximas sucumbirem, mesmo sendo ricas interiormente, porque acreditavam que outros não mereciam o que tinham. Ficavam paralisados diante de um falso fulgor alheio. Não percebiam que estavam sentadas sobre uma mina de ouro. Invejar é uma maneira de vestir a vaidade de modéstia.

Acordar nesta primavera e mastigar o gosto das manhãs. Saber, com humildade e reverência, que um dia a mais é um dia a menos, brincando com os minutos como uma criança faz com uma bala em sua boca. Ser essa criança, nascendo quantas vezes for preciso. Espreguiçar-se entre os lençóis embebidos de nossos corpos. Lá fora, o sol ou a chuva nos esperam. Depois, o fim. Mas bem depois, bem depois. 
Texto de Gilmar Marcílio

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ganhou Mostrou

Olá meus queridos tudo bem?

Hoje vim mostrar p/ vocês a fotinho da nossa querida leitora Edivaneide Lima, a feliz ganhadora do sorteio do Devaneios em parceria com o blog Escritos Ideológicos, da campanha Livro é pra Circular.

Vejam só a carinha de feliz dela?  ;-)
E ela ainda fez um post super fofo falando do prêmio que recebeu!

Passem lá no blog dela, o Manias da Diva para conferir.

Edivaneide, querida, obrigada por compartilhar sua alegria pelo recebimento do prêmio, viu?

E obrigada também a querida @AnakiT por proporcionar, com sua belíssima campanha Livro é pra Circular, esse sorteio aqui no blog!

Grande beijo a todos!

Déia


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Blogagem Coletiva


Meus queridos amigos!

Recebi o convite da querida Van, do blog Retalhos do que sou, para fazer, hoje, uma blogagem coletiva por conta do dia de hoje, 7 de Setembro.

Então fiquei pensando e pensando e pensando sobre tudo o que eu gostaria que houvesse de mudanças aqui no país e sabe a qual conclusão eu cheguei?

Concluí que de nada adiantaria eu fazer um post imenso discorrendo sobre todas as coisas erradas e sobre tudo o que deveria mudar... E sabem porquê?

Porque a mudança tem que partir de cada um de nós.

A mudança que queremos ver no país tem que, primeiro partir de nós mesmos, mudando pequenas atitudes do dia-a-dia.

Portanto, aqui vai meu apelo:
SE VOCÊ QUER UM BRASIL MELHOR, INICIE A MUDANÇA PRIMEIRAMENTE EM SUAS ATITUDES!

Beijos a todos!

Déia

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

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